Contratamos um pacote, porque nao dá para ir sem pacote pro Egito. Digo, dar sempre dá, mas você pode se ferrar bastante. Primeiro, porque aos templos nao se pode ir sozinho, tem que ir com grupo de excursao e busao, senao nao entra. Fora que você vai com escolta policial, por que já sabemos que tem terrorismo e o povo é estranhinho, né? Além de recomendar contratar um pacote que inclua Cairo (por causa das pirámides e museu), cruzeiro pelo Nilo (que é onde estao todos os templos) e mar vermelho, recomendo que nao se faça essa viagem em esquema de pobre. Por que você acabará morto, mesmo que seja a pessoa mais chapchura e poliana do mundo. Camelar o dia todo feito um filha da puta e ainda dormir em lugar podre, nao há cristo que aguente. E, claro, último detalhe: visitar os templos sem guía turístico nao DÁ. Vai lá só com seu Lonely Planet para ver como você se fode! Vai ver um monte de pedra amontoada, desenhinhos esquisitinhos e nao vai saber porra nenhuma. A nao ser que você lembre de TODAS as suas aulas de história da escola.
Pois bem, nosso pacote incluía: Cairo, cruzeiro pelo Nilo e mar vermelho.
Primeiro dia: chegamos a noite no Cairo, onde dormíriamos e no outro dia já íamos pro barco. Primeira impressao: uma puta duma zona. Já tinham me falado que nao tinha semáforo nas ruas e os que tinham nao eram respeitados, e eu pensei: amigo, sou de Sao Paulo!! Pessoas… Sao Paulo é Zurich comparando-se ao Cairo. Neguinho dirige com uma mao no volante e outra na buzina. Os carros sao todos velhos caindo aos pedaços, ninguém usa cinto de segurança, e para atravessar a rua é uma aventura. Achei engraçado durante 2 minutos e só. A parte boa é que fomos comer num restaurante libanês que fica num barco atracado no Nilo e foi maravilhoso. A comida era ÓTEMA, charutinho, kibe, babaganush, homus, todas aquelas coisas nham nhamis, mas nada comparado ao saudoso Almanara. Fora que os amigos egípcios tem o mesmo problema sério dos meus amigos nordestinos e portugueses: tacam coentro até na sua mae. Todo mundo sabe que a coisa que eu mais odeio nesse mundo, depois de axé music, é coentro. Que troço nojento. Poe salsinha, caramba!!! Minha teoria é: coentro é coisa de pobre, salsinha é coisa de gente fina. Mas esse restaurante, graças ao bom senhor, nao tinha coentro na receita, entao eu ainda estava feliz a essas alturas da viagem.
No dia seguinte começava a gincana: as 7 da manha vc já tinha que estar vestidinho e com suas malinhas no lobby do hotel. Eu digo gincana por que esas viagens sao assim, parecem jogos: acorda cedo, arruma mala, desfaz mala, sobe, desce, pega busao, pega barco, pega aviao. AFE!!! Esse mesmo dia pegamos o busao e fomos ver as pirâmides. Calor de 45 graus, mas ameeeeeei.
De lá, fomos comer num restaurante NOJENTO que o nosso guia nos levou. Por que lá a coisa funciona da seguinte maneira: o guia te leva nos restaurantes dos amigos habib dele para ganhar comissao. Nao só nos restaurantes, mas em lojinhas, joalherias, etc etc… Isso é a roubada de fazer pacote, mas fazer oque…
Depois a gente pegou um aviao e foi pro barco e era bem legal, tinha piscininha e a comida era ok. O foda foi ter que acordar todos os dias super cedo para nao torrar no deserto. Teve um dia que foi gênio, acordamos as 2:45 da matina para sair as 3:15. Olha só nossas carinhas, mas olhem que lindo nascer de sol no Nilo!!!
Busao pelo deserto durante 3 horas até chegar no templo de Abu Simbel. Mas valeu a pena ver o templo daquele doente do Ramsés II. Neguinho construiu aquela obra faraônica (hahaha), com estátuas dele mesmo gigantes. Mal sabia eu que ainda ía ver muito Ramsés II por todo Egito, já que parece que ele era um tio meio perturbado. Olhem que lindas as fotos em Abu Simbel:
Aí durante o cruzeiro vimos Karnak, Kom Ombo, Luxor, Vale dos Reis. A paisagem do deserto junto com os templos é linda, mágica. As cores do pôr-do-sol, o céu aberto, e tudo aquilo que está lá há mais de 5 mil anos…É realmente uma sensaçao única, um privilégio. No final, você até esquece que acordou as 3 da manha e tomou um café aguado.
Depois de tanto camelar, precisávamos descansar. A seguinte parada foi Hurghada, Mar vermelho, onde ficamos num hotel resort GENIAL, fala sério. Gente, eu quero ser rica para poder aproveitar a vida desse jeito, vamos combinar. E nem precisa ser rica, porque o hotel nao era caro, lá é tudo barato… Mas era um luxo. Foi o melhor hotel que já fiquei na vida. O quarto era uma casinha com terracinho e um lago maravilhoso que você podía pegar o seu barquinho particular e navegar. As mil piscinas maravilhosas, a prainha sem ninguém, e aquele mar calmo, sem ondas, água morninha…Uma paz. Olhem só que delícia o lugar, o mar, a prainha!!
Aí, no mar vermelho, naquela maravilhosa barreira de corais, eu mergulhei pela primeira vez. Cagando de medo, SIM, mas fui. Nao dá para explicar o que eu senti. LINDOOOOOOOOOO. Milhares de peixes, de mil cores e tipos, a cor da água, as cores dos corais, o silêncio e a paz do mar. Você só escuta a sua respiraçao e as bolhinhas de ar na água. E eu quero mais!!!! Vamos fazer o curso já e mergulhar em tudo quanto é canto!! Nao tem fotos do mergulho, mas tem fotinho minha no barco, com cara de meda...
Depois de três dias maravilhosos sem fazer NADA, chegou o dia de voltar ao Cairo para conhecer a cidade e o museu do Cairo, que já digo que vale muito a pena, passamos 4 horas lá dentro…Eu ficaria no resort NA BOA até o final da viagem, mas fazer o que…hahahaha
Chegamos no Cairo na hora do almoço e o meu lindo namorado, que adora fazer coisas nao turísticas, resolveu ir comer como um egípcio. Fomos a um restaurante típico, comer comida típica, o koshari. Bom, quando entrei no restaurante já deu nojinho. Eu tinha nojo da cadeira, da mesa, essas coisas. Agora, amigos, quando o cara trouxe o rango… Aí sim eu quase gorfei. O koshari nada mais é que: um prato fundo com arroz, dois tipos de macarrrao, grao de bico. Tudo misturado com molho de tomate e alho frito. Eu gosto de todos os ingredientes, mas a mistura era nojenta. Fora que tinha que comer com colher (acho o FIM) e o tiozuco trazia os pratinhos com a maozona em cima e a unhinha sujinha. Comi três colheradas e larguei o resto lá. Nao deu.
Olha a cara da comida... Vai aí?? E paozinho da rua, querem??
Os três dias no Cairo foram cansativos. Eu nao gostei da cidade, muito barulho, sujeira, pobreza, muito coentro. Nem preciso falar que, como muçulmanos, os egípcios sao folgados e te comem com os olhos sem o menor pudor (passei por isso na Turquia no ano passado). Acabei com as viagens a países muçulmanos,JURO, tchau! E ô povo pra ser chato, viu? Vou te contar… No mercado aquela encheçao de saco, compra aqui, me dá um euro, bla bla bla. AFE!!
A gente acabou visitando Sakara e Memphis, nos arredores do Cairo, onde está a primeira pirâmide construída. Lá também foi bem legal, impressionante. Mas, pra falar a verdade para vocês, eu já tava tao saturada de hieroglifos, faraós, deuses e tudo mais, que sei lá. E o calor gente? Olha o estilo que eu tava, só com o paninho amarrado na cabeça para nao ter um troço!
Mas mesmo depois de toda essa meteçao de pau, eu recomendo essa viagem. Mas, como já disse antes, nada de ir de mochila e dar uma de explorador, porque você vai se ferrar.
Para finalizar, as melhores coisas da viagem para mim, nao necessariamente na ordem abaixo, foram:
Ver as cores do pôr do sol misturadas com as cores do deserto e com a magia dos templos
Mergulhar no mar vermelho
Comer charutinho SEM COENTRO
Escolher minha deusa preferida, entre tantos, a deusa NUT, protetora e com o corpo coberto de estrelinhas...
Namorar no Egito (desculpa, sou chiquérrima)
E agora sem férias até dezembro, força na peruca!!!!
