Sobre desaparecimentos e mudanças

Primeiro a sensaçao foi de nao ter chao.
De nao ter em quem se apoiar, nao ter com quem contar, nao ter mais casa, cama, nao ter mais rotina, os cafés da manha de todos os dias, as saladas da janta, o jornal de manha com café, as séries de noite, a música, os filmes, a piscina dos sábados de verao e o cobertor no sofá dos domingos de inverno.
Nao ter mais aquilo de todos os dias, de contar o seu dia, de sorrisos e choros juntos.
Depois de toda a dor, o foco mudou: pessoas novas e lindas apareceram no meu caminho. As que já faziam parte da minha vida, maravilhosas também, estavam de repente em fila oferecendo ombro, carinho e força. Depois disso vieram viagens, novos ares, gostos, novas cores. Tudo novo. E tudo isso veio com um verao cheio de luz e com o final do inferno astral ( sim, os oráculos continuam sendo meu ponto fraco).
Mas o melhor de tudo isso foi ver que eu me responsabilizei pela minha escolha e decisao, e ganhei com isso LIBERDADE. Agora, só agora, com 34 anos estou começando a enxergar realmente quem eu sou. Que eu sou forte, responsável pelas minhas opçoes e dona do meu nariz. Como já diz meu querido Noel Gallagher, I´m free to be whatever I choose and I´ll sing the blues if I want.
Acreditem...Essa sensaçao nao tem preço.
Agora o momento é de tranquilidade. De colocar as idéias em ordem, arrumar a casa (e arrumar UMA casa!!!) e pensar pra frente.
O tempo, esse tempo que cura tudo, agora é meu aliado. Para o ano que vem quero ter minha casa. Mas antes, vou passar 24 dias na minha cidade maravilhosa, por que mais do que nunca... Eu mereço.
Me aguardem em janeiro!!